Santiago de Compostela Caminho do Norte

Finalmente, o momento tão esperado chegou. Hora de seguir viagem e deixar San Sebástian para trás, não nos entenda mal, a cidade é maravilhosa, inclusive podemos fazer um vídeo dessa estadia de dois dias contando mais o que fizemos nessa cidade. O que você acha? Deixe uma mensagem pra gente no formulário abaixo, vamos adorar saber se você tem interesse. 

A espera por uma nova gancheira nos deteve por dois longos dias, transformando nossa jornada em uma contagem regressiva ansiosa. Enquanto aguardávamos em San Sebastian, víamos nossa programação se acumular, com cinco trechos em atraso. A chegada a Santiago de Compostela, nosso destino final, agora depende de uma redistribuição estratégica. Uma vantagem de não ter todas as reservas de hospedagem pré-definidas é essa, poder lidar mais facilmente com os imprevistos e efetuar mudanças nos planos. Claro que não é possível fazer isso em qualquer lugar ou época do ano, se estiver em alta temporada, melhor ter tudo reservado ou corre-se o risco de não ter opções.

Hoje, diante de uma altimetria desafiadora e um terreno acidentado, temos pela frente dois trechos: até Zarautz e depois até Deba. E felizmente temos previsão de um dia lindo de sol.

Seguimos pela Paseo Peatonal, que serpenteia a costa, paralela a estrada GI-638. Curiosamente, não é permitido andar de bicicleta pelo Paseo e calçadas na Espanha, o lugar das bicicletas é na estrada junto com os carros. O bom é que aqui todos respeitam os ciclistas, então é bem tranquilo usar a estrada. E ruim foi que como não sabíamos disso, levamos um "puxão de orelha".

Durante parte do caminho é possível ver o Geoparque Mundial UNESCO de la Costa Vasca, que contém uma formação rochosa com o nome de ‘flysch’, o elemento que transforma o litoral. A sequência de camadas flysch tem a particularidade de formar uma série praticamente contínua de cerca de 60 milhões de anos.

Hoje, mais atentos às placas distintas entre o caminho para bicicletas e o para pedestres, evitamos lugares impróprios para a nossa jornada pedalante.

Deba, por sua vez, revelou-se a cidade com menos opções para dormir em todo o nosso trajeto. O custo-benefício foi o menos favorável, mas era o que a cidade oferecia. A alternativa seria avançar mais 24 quilômetros até a próxima localidade, que também não prometia muitas opções e estavam na mesma faixa de preço. 

Passeamos um pouco a pé por Deba para conhecer a Iglesia Santa Maria, uma igreja gótico-renascentista do XV, e fazer como os espanhões. Sentar em um dos bares no fim de tarde, tomar algo e jogar conversa fora.

É muito comum ver os bares cheios de pessoas de todas as idades socializando, independente do dia da semana.

A estrada se desenha à nossa frente, desafiadora e repleta de incertezas. Cada pedalada é uma conquista, cada escolha molda nossa saga. O caminho continua, e cada reviravolta reserva novos desafios e surpresas. Com a promessa de um amanhã repleto de descobertas, seguimos, pedalando rumo à Santiago de Compostela 🙏