Santiago de Compostela Caminho do Norte 

Nossa primeira parada foi em Larrabetzu, uma cidadezinha pequena com construções em pedra em estilo neoclássico. Enquanto admirávamos a arquitetura, um barulho peculiar chamou nossa atenção. O som nos guiou até um ginásio agitado, onde famílias se reuniam para um Torneio de Lenhador. Sim, vocês ouviram certo, um torneio de machado! A agilidade dos competidores era impressionante. Descobrimos que a cidade é famosa por outros torneios peculiares, como a catação de pedra e o levantamento de bigorna. E ficamos um tempo lá, curiosos e torcendo.

Seguimos em direção a Lezama. Lá paramos para conhecer a Iglesia de Santa Maria e caçar um restaurante com a cozinha ainda em funcionamento. A busca por comida se revelou uma verdadeira odisseia, com certeza esse foi o pior dia. Foram 5 km até Derio, outra cidade pequena, onde percorremos bares e restaurantes em busca de refeições. Exaustos e famintos, fomos salvos por uma hamburgueria, que nos serviu lanches enormes. A dificuldade a noite não seria diferente, como vocês verão depois.

Reenergizados, partimos rumo a Bilbao, onde a grandiosa Basílica de Nossa Senhora de Begoña nos aguardava. Infelizmente, devido ao horário, não conseguimos visitá-la, revelando uma peculiaridade local: ao contrário do Brasil, as igrejas têm horários mais restritos de visitação, mesmo aos domingos.

Apesar de nossas preocupações com a segurança em um dos maiores centros portuários da Espanha, Bilbao surpreendeu. Ciclovias excelentes, arborização impecável e uma sensação de segurança em toda a cidade. Atravessamos a Zubizuri, uma ponte para pedestres futurista sobre o rio Nervión, e pedalamos mais um pouco até chegarmos ao Museu Guggenheim Bilbao. Embora não tenhamos conseguido visitá-lo, uma lanchonete ao lado nos proporcionou uma vista incrível do museu e do rio Nervión enquanto nos refrescávamos.

Continuamos seguindo o rio, e em Portugalete, mais surpresas nos esperavam. A Ponte da Biscaia, a mais antiga ponte transportadora suspensa ainda em funcionamento e declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, nos deixou boquiabertos. Ao registrarmos, uma banda tocava, e jovens da melhor idade dançavam, mostrando a importância do convívio e do movimento para uma vida longa e saudável.

Para a noite, encontramos um Palácio com preço acessível e resolvemos ir até lá ver se aceitavam peregrinos, fomos super bem atendidos e decidimos ficar. Um lugar lindo e com um pouco mais de conforto para descansar melhor essa noite. Banho tomado e magrelas guardadas, foi o dia de buscar uma lavanderia, e entre os ciclos perseguíamos um restaurante para jantar, o que não conseguimos.